quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Oitava de Natal - Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, minha família vossa é.

 

Compreendi que estes dois anos de sofrimentos interiores em que me submeti à vontade de Deus, para seu maior conhecimento – fizeram-me avançar mais na perfeição do que os dez anos precedentes. Há dois anos estou na cruz, entre o céu e a terra, isto é, estou amarrada pelo voto da obediência. Tenho que obedecer à superiora como ao próprio Deus – e, por outro lado, o próprio Deus me dá a conhecer diretamente a Sua vontade. Eis porque o meu tormento interior é tão grande e ninguém poderá aprofundar nem compreender tais sofrimentos espirituais. Parece-me mais fácil devolver a vida do que passar, algumas vezes, uma só hora, por um  semelhante tormento. Nem vou escrever muito sobre isso, porque não se pode descrever o que significa conhecer diretamente a vontade de Deus e, ao mesmo tempo – ser perfeitamente obediente à vontade de Deus, conhecida indiretamente através das superioras. Agradeço ao Senhor que me deu um diretor, porque, de outra forma, eu não daria um passo a frente. Editora Apostolado da Divina Misericórdia. [Diário de Santa Faustina nº 981]. Jesus eu confio em Vós.

As lições de Nazaré
Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho.
Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.
Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido.
Aqui, nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo.
Ó como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré! Como gostaríamos, junto a Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas.
Mas estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. Não partiremos, porém, antes de colher às pressas e quase furtivamente algumas breves lições de Nazaré.
Primeiro, uma lição de silêncio. Que renasça em nós a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito; em nós, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersensibilizada. O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê no segredo.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos qual é sua função primária no plano social.
Uma lição de trabalho. Ó Nazaré, ó casa do “filho do carpinteiro”! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim. Finalmente, como gostaríamos de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu divino irmão, o profeta de todas as causas justas, o Cristo nosso Senhor. Fonte:https://cleofas.com.br/as-licoes-de-nazare/Alocuções do Papa Paulo VI
(Alocução pronunciada em Nazaré a 5 de janeiro de 1964)

Oração: Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes, para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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