Ó inconcebível bondade de Deus, que nos protegeis a cada passo, seja dada glória incessante à Vossa misericórdia por não Vos terdes tornado Irmão dos anjos, mas dos homens – é um milagre do insondável mistério da Vossa misericórdia. Toda a nossa confiança está em Vós, nosso Irmão primogênito, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. O meu coração estremece de alegria ao ver como Deus é bom para conosco, tão miseráveis e ingratos; e, como prova do Seu amor, oferece-nos uma dádiva inconcebível, isto é, a Si mesmo, na Pessoa de Seu Filho. Esse mistério de amor nós não aprofundaremos pela eternidade toda. Ó humanidade, por que pensas tão pouco no fato de que Deus se encontra verdadeiramente entre nós? Ó Cordeiro de Deus, não sei o que primeiro admirar em Vós: se a Vossa mansidão, vida oculta e aniquilamento pelo homem, ou se esse incessante milagre da Vossa misericórdia, que transforma as almas e as ressuscita para a vida eterna. Embora estejais tão escondido, a Vossa onipotência se revela aí mais que na criação do homem. E embora o poder da Vossa misericórdia atue na justificação do pecador, a Vossa atuação é tão silenciosa, oculta! Editora Apostolado da Divina Misericórdia. [Diário de Santa Faustina nº 1584]. Jesus eu confio em Vós.
Aos pés da Cruz, diante de Jesus, Maria une a sua dor à de seu Filho e nos mostra que o amor de Deus é mais forte do que a morte. A sua dor é uma "dor cheia de fé e de amor" – ressalta Bento XVI:
"A Virgem no Calvário participa da potência salvífica da dor de Cristo, unindo o seu "fiat", o seu "sim", ao do Filho." (Angelus de 17 de setembro de 2006)
Diante do sofrimento do Filho, Maria confia em Deus. Sabe que na Cruz Jesus derramou todo o seu sangue para libertar a humanidade da escravidão do pecado: "A Virgem Maria, que acreditou na Palavra do Senhor, não perdeu a sua fé em Deus quando viu o seu Filho rejeitado, ultrajado e colocado na Cruz. Permaneceu diante d'Ele, sofrendo e rezando, até o fim. E viu o alvorecer radioso da sua Ressurreição."
Maria nos ensina que "quanto mais o homem se aproxima de Deus, mais se aproxima dos homens" – observa o pontífice. O fato de Maria, na hora da Cruz, ter permanecido "totalmente junto a Deus, é a razão pela qual se faz também tão próxima dos homens":
Por isso pode ser a Mãe de toda consolação e de toda ajuda, uma Mãe à qual em qualquer necessidade qualquer um pode dirigir-se em sua fraqueza e em seu pecado, porque ela acolhe todos e para todos é força aberta da bondade criativa."
O Santo Padre convida-nos a contemplarmos Maria, aos pés da Cruz, "associada intimamente à missão de Cristo e co-participante da obra de salvação com a sua dor de Mãe":
"No Calvário Jesus a doou a nós como mãe e confiou-nos a ela como filhos. Que Nossa Senhora das Dores nos conceda o dom de seguir o seu Filho divino crucificado, e abraçar com serenidade as dificuldades e as provações da existência humana." (Discurso às monjas clarissas, 15 de setembro de 2007) (RL)
Responsório Lc 23,33; cf. Jo 19,25; cf. Lc 2,35
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