No dia
seguinte durante a santa Missa, antes da elevação, esse espirito começou a
cantar estas palavras: “Santo, Santo, Santo” – e sua voz era como a voz de
milhares; é impossível descrevê-lo.
Então, o meu
espirito foi unido a Deus; imediatamente via inconcebível grandeza e santidade
de Deus e, ao mesmo tempo, conheci e nada que sou por mim mesma. Editora Apostolado da Divina Misericórdia. [Diário de Santa Faustina nº 472]. Jesus eu confio em Vós!
QUARTA-FEIRA SANTA – MEDITAÇÃO
Dor de Maria Santíssima —
Encontro com Jesus, que carrega a cruz.
Encontro com Jesus, que carrega a cruz.
Vidimus eum, et non erat aspectus, et desideravimus eum — “Vimo-Lo, e não havia nele formosura, e por isso nós O estranhamos” (Is. 53, 2).
Sumário. Consideremos o encontro que no caminho do Calvário teve o Filho com sua Mãe. Jesus e Maria olham-se mutuamente, e estes olhares são como outras tantas setas que lhes traspassam o Coração amante. Se víssemos uma leoa que vai após seu filho conduzido à morte, aquela fera havia de inspirar-nos compaixão. E não nos moverá à ternura ver Maria que vai após o seu Cordeiro imaculado, enquanto o conduzem à morte por nós? Tenhamos compaixão, e procuremos também acompanhar a seu Filho e a ela, levando com paciência a cruz que nos dá o Senhor.
I. Medita São Boaventura que a Bem-aventurada Virgem passou a noite que precedia a Paixão de seu Filho sem tomar descanso e em dolorosa vigília. Chegada a manhã, os discípulos de Jesus Cristo vieram a esta aflita Mãe: um a referir-lhe os maus tratamentos feitos a seu Filho na casa de Caifás, outro os desprezos que recebeu de Herodes, mais outro a flagelação ou a coroação de espinhos. Numa palavra, cada um dava a Maria uma nova informação, cada qual mais dolorosa, verificando-se nela o que Jeremias tinha predito: Non est qui consoletur eam ex omnibus caris eius (1) — “Não há quem a console entre todos os seus queridos”.
Veio finalmente São João e lhe disse: “Ah, Mãe dolorosa! Teu Filho já foi condenado à morte, e já saiu, levando Ele mesmo a sua cruz para ir ao Calvário. Vem, se O queres ver e dar-Lhe o último adeus, em alguma rua, por onde tenha de passar”.
Ao ouvir isto, Maria parte com João; e pelo sangue de que estava a terra borrifada conhece que o Filho já por ali tinha passado. A Mãe aflita toma por uma estrada mais breve e coloca-se na entrada de uma rua para se encontrar com o aflito Filho, nada se-lhe dando das palavras insultuosas dos judeus, que a conheciam como mãe do condenado. — Ó Deus, que causa de dor foi para ela a vista dos cravos, dos martelos, das cordas e dos outros instrumentos funestos da morte de seu Filho! Como que uma espada foi ao seu coração o ouvir a trombeta, que andava publicando a sentença pronunciada contra o seu Jesus.
Mais eis que já, depois de terem passado os instrumentos e os ministros da justiça, levanta os olhos e vê, ó Deus! Um homem todo cheio de sangue e de chagas, dos pés até a cabeça, com um feixe de espinhos na cabeça e dois pesados madeiros sobre os ombros. Olha para Ele, e quase não O conhece, dizendo então com Isaías: Vidimus eum, et non erat aspectus (2) — “Nós O vimos e não havia n’Ele formosura”. Mas finalmente o amor lho faz reconhecer e o Filho, tirando um grumo de sangue dos olhos, como foi revelado a Santa Brígida, encarou a Mãe e a Mãe encarou o Filho. Ó olhares dolorosos, com que, como tantas flechas, foram então traspassadas aquelas almas amantes!
II. Queria a divina Mãe abraçar a Jesus, como diz Santo Anselmo; mas os insolentes servos a repelem com injúrias, e empurram para diante o Senhor aflitíssimo. Maria, porém, segue — muito embora preveja que a vista de seu Jesus moribundo lhe causaria uma dor tão acerba, que a tornaria rainha dos mártires. O Filho vai adiante, e a Mãe tomando também a sua cruz, no dizer de São Guilherme, vai após Ele, para ser crucificada com Ele.
Pergunta São João Crisóstomo, porque nas outras penas Jesus Cristo quis ser só, mas a levar a Cruz quis ser ajudado pelo Cirineu? E responde: Ut intelligas, Christi crucem non sufficere sinne tua: Não basta para nos salvar só a cruz de Jesus Cristo, se nós não levamos com resignação até a morte também a nossa.
Minha dolorosa Mãe, pelo merecimento da dor que sentistes ao ver o vosso amado Filho levado à morte, impetrai-me a graça de levar também com paciência as cruzes que Deus me envia. Feliz de mim, se souber acompanhar-vos com a minha cruz até a morte! Vós e Jesus, sendo inocentes, levastes uma cruz muito pesada, e eu pecador, que tenho merecido o inferno, recusarei a minha? Ah, Virgem imaculada, de vós espero socorro, para sofrer com paciência as cruzes.
Thren. 1, 2.
2. Is. 53, 2.
Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso
Nenhum comentário:
Postar um comentário