Do meu ponto de vista e experiencia, a regra do silencio deveria estar em primeiro lugar. Deus não se comunica à alma tagarela que, como zangão na colmeia, zumbe muito,mas não fabrica mel. A alma tagarela é vazia interiormente. Não há nela nem virtudes sólidas,nem familiaridade com Deus. Não há nela condições para levar uma vida mais profunda, para a doce paz e silencio,em que reside Deus. A alma que não saboreou a doçura do silencio interior é um espìrito inquieto e pertuba o silencio dos outros. Vi muitas almas nos abismos do inferno, por não terem observado o silencio. Elas mesmas me disseram isso , quando lhes perguntei qual tinha sido a causa da sua perdição. Eram almas de religiosas. Meu Deus,que grande dor, pois, afinal, poderiam não apenas estar no céu, mas mesmo ser santas!
Ó Jesus, misericórdia! Até tremo quando penso que devo prestar contas da minha língua! Nela está a vida ,mas também a morte; muitas vezes,matamos com a língua, cometemos verdadeiros homicídios,e ainda
consideramos isso como coisa pequena? Realmente,não compreendo consciencias desse genero. Conheci uma pessoa que, tendo sabido de certa coisa que dela se falava... adoeceu gravemente,e resultou disso que perdeu muito sangue e derramou muitas lágrimas. E este triste resultado não foi causado por uma espada, mas apenas pela língua. Ó meu Jesus silencioso,tende misericórdia de nós! [ D.119 ].
A humilhação é o alimento cotidiano. Nos momentos em que muito sofro procuro calar-me, porquanto não confio na lingua que, em tais momentos, tem a tendencia de falar de si mesma, e ela deve me servir para glorificar a Deus por tantos bens e dons que me concedeu.
Quando recebo a Jesus na Santa Comunhão, peço-lhe com fervor que se digne curar a minha lingua, para que não ofenda com ela a Deus, nem ao priximo.Desejo que a minha língua incessantemente glorifique a Deus. Grandes são os erros cometidos pela língua. A alma não atingirá a santidade se não tomar cuidado com a sua língua. [Diario 92 ].
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