Ó meu Jesus,
dai-me sabedoria, concedei-me uma mente aberta e iluminada pela Vossa luz, e
isto unicamente para que eu conheça melhor a Vós, Senhor! Porque, quanto melhor
Vos conhecer, tanto mais ardentemente Vos amarei, único objeto do meu amor. Em
Vós mergulha a minha alma, em Vós desfaz-se o meu coração. Não consigo amar
apenas em parte, mas com toda a força da minha alma e com todo o ardor do meu
coração. Vós mesmo, Senhor, acendestes o meu amor para Convosco, em Vós
mergulho o meu coração pelos séculos. Editora Apostolado da Divina Misericórdia. [Diário de Santa
Faustina nº 1030]. Jesus eu confio em Vós.
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2021
Vaticano, 12 fev. 21 / 08:15 am (ACI).- O Vaticano publicou nesta sexta-feira, 12 de fevereiro, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2021, intitulada “‘Vamos subir a Jerusalém...’ (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”.
No texto, dirigido a todos os fiéis católicos do mundo, o Santo Padre convidou a “viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens”, assim como a viver “uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19”.
“Na Quaresma, estejamos mais atentos a ‘dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam’. Às vezes, para dar esperança, basta ser ‘uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença’”, advertiu o Papa.
“Vamos subir a Jerusalém...” (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.
Queridos irmãos e irmãs!
Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo.
Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.
O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.
1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs
Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida.
O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti (= FT), 93].
A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.
2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho
A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai.
No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade.
Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).
No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura.
Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia.
3. A caridade, vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão por cada pessoa, é a mais alta expressão da nossa fé e da nossa esperança
A caridade alegra-se ao ver o outro crescer; e de igual modo sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado... A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão.
«A partir do “amor social”, é possível avançar para uma civilização do amor a que todos nos podemos sentir chamados. Com o seu dinamismo universal, a caridade pode construir um mundo novo, porque não é um sentimento estéril, mas o modo melhor de alcançar vias eficazes de desenvolvimento para todos» (FT, 183).
A caridade é dom, que dá sentido à nossa vida e graças ao qual consideramos quem se encontra na privação como membro da nossa própria família, um amigo, um irmão. O pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade. Aconteceu assim com a farinha e o azeite da viúva de Sarepta, que oferece ao profeta Elias o bocado de pão que tinha (cf. 1 Rs 17, 7-16), e com os pães que Jesus abençoa, parte e dá aos discípulos para que os distribuam à multidão (cf. Mc 6, 30-44). O mesmo sucede com a nossa esmola, seja ela pequena ou grande, oferecida com alegria e simplicidade.
Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19. Neste contexto de grande incerteza quanto ao futuro, lembrando-nos da palavra que Deus dera ao seu Servo – «não temas, porque Eu te resgatei» (Is 43, 1) –, ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho.
«Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade» (FT, 187).
Queridos irmãos e irmãs, cada etapa da vida é um tempo para crer, esperar e amar. Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.
Que Maria, Mãe do Salvador, fiel aos pés da cruz e no coração da Igreja, nos ampare com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado nos acompanhe no caminho rumo à luz pascal.
Francisco
Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Martinho de Tours, 11 de novembro de 2020.
fonte:https://www.acidigital.com/noticias/mensagem-do-papa-francisco-para-a-quaresma-2021-82409
MULHERES NA BÍBLIA: NOEMI
Quem foi Noemi na Bíblia?
Noemi foi esposa de Elimeleque, mãe de Malom e Quiliom e sogra de Rute e Orfa. A história de Noemi está registrada no livro de Rute no Antigo Testamento. É especialmente devido à relação de companheirismo por parte de sua nora, Rute, que as pessoas ficam curiosas para saber quem foi Noemi na Bíblia.
História de Noemi na Bíblia
Noemi viveu durante o período dos juízes em Israel. Juntamente com seus filhos e marido, Elimeleque, o efrateu, Noemi formava uma abastada e distinta família que morava em Belém de Judá.
No entanto, houve uma grande fome em Belém, o que fez com que Elimeleque resolvesse se mudar daquela região em busca de melhores condições de sobrevivência para sua família. Nessa época o povo de Israel vivia um período de grande instabilidade.
Após a morte de Josué, os israelitas se envolveram em frequentes casos de infidelidade e rebeldia contra Deus, que refletia diretamente em uma decadência moral e política. Nesse período Deus levantou grandes homens para libertar o povo das mãos de opressores, mas logo que desfrutava da benção da providencia de Deus o povo voltava ao seu estado de rebeldia.
O nome “Belém” significa “casa do pão”, do original beth, “casa”, e lehem, “pão”, mas no período em que Noemi viveu na “Casa do Pão” havia fome. Aquela situação difícil era justamente resultado da conduta apóstata dos israelitas, ou seja, era um juízo da parte de Deus (cf. Lv 26:19; Dt 28:23,24; 2Sm 24:13,14).
As tragédias de Noemi
A família de Noemi foi para Moabe buscando uma vida melhor, mas acabou encontrando a tragédia. Não é possível saber quanto tempo se passou desde que aquela família chegou a Moabe até o dia em que ela ficou viúva.
Em Moabe seus dois filhos se casaram com mulheres moabitas, Rute e Orfa. Tão logo, a Bíblia também nos informa que Malom e Quiliom morreram. Assim, Noemi, que já era viúva, acabou ficando completamente desamparada, sem marido e sem filhos.
Noemi volta a Belém
Tudo o que havia restado a Noemi eram suas duas noras. Num determinado tempo ela recebeu a notícia de que o Senhor tinha visitado o povo de Israel, e o período de escassez havia terminado.
Então Noemi resolveu voltar ao seu povo e liberou suas noras para que cada uma voltasse para a casa de suas respectivas famílias e pudessem reconstruir suas vidas casando-se novamente. Orfa acatou o seu conselho, mas sua outra nora, Rute, resolveu acompanhá-la em direção a Belém. Ali nascia uma das mais belas histórias de companheirismo registrada nas Escrituras.
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Noemi quer esquecer seu nome
O nome Noemi significa “deleite”, “amável” ou “agradável”, do original na’omi. Entretanto, após todos os problemas que lhe acometeram, ao retornar a Belém Noemi não quis mais ser chamada pelo seu nome.
Ela havia saído de Belém com uma família proeminente, repleta de esperança por dias melhores, mas estava retornando sem seu marido, sem seus filhos, sem esperança e sem alegria. Todo o infortúnio que lhe atingiu ela atribuiu a Deus, e por isso quis ser chamada de Mara, um nome que expressava toda sua amargura conforme ela mesma dizia: “chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso” (Rt 1:20).
Noemi volta a sorrir
Em Belém, Rute, sua companheira inseparável, foi trabalhar respigando no campo no período da colheita, pois a Lei permitia que as pessoas necessitadas recebessem esse tipo de benevolência por parte dos mais ricos.
Foi nesse trabalho que Rute entrou no campo que pertencia a Boaz, um parente do falecido marido de Noemi. Então Noemi orientou Rute sobre como proceder a fim de que Boaz tornasse seu marido com base no casamento levirato, e assim ocorreu.
Rute se casou Boaz e deu à luz a Obede. Esse primeiro filho do casal foi considerado como filho de Noemi, que se tornou sua ama. O nascimento de Obede claramente foi providência de Deus (Rt 4:14,15).
No livro de Rute, a história de Noemi começa no meio de grandes tragédias, mas termina com a bênção da misericórdia Divina. A vida de Noemi nos ensina, sobretudo, que é Deus quem está no controle de todas as coisas, Ele é quem conduz a História e nada foge do seu controle.
Aos olhos humanos, Noemi estava destruída, privada da felicidade, mas nos planos soberanos do Senhor Noemi voltaria a sorrir, segurando no colo aquele que foi avô do grande rei Davi, cuja descendência resultou na vinda do Messias (Rt 4:18-22; Mt 1).
FONTE:https://estiloadoracao.com/quem-foi-noemi-na-biblia/
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