domingo, 14 de maio de 2017

É a agonia da alma.

Aproxima-se o maior momento da provação. A alma já não procura ajuda em Parte alguma, mergulha em si mesma e não vê nada diante dos seus olhos e parece quase se conformar com esse sofrimento de rejeição. É um momento que não consigo expressar. É a agonia da alma.
Quando esse momento começou a aproximar-se de mim pela primeira vez, dele fui arrancada somente pela virtude da santa obediência. A Mestra assustou-se quando me viu e enviou-me ao confessor, mas o confessor não me compreendeu, e não senti nem sombra de alívio. Ó Jesus, dai-nos sacerdotes experientes.

Quando disse que estava sofrendo suplícios infernais na minha alma, respondeu-me que se sentia tranquilo quanto à minha alma, porque está vendo nela uma grande graça de Deus. Mas eu não compreendi coisa alguma e nem um raio de luz entrou na minha alma. [Diário de Santa Faustina nº 99]. Jesus eu confio em Vós!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,1-12
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
'Não se perturbe o vosso coração.
Tendes fé em Deus, tende fé em mim também.
Na casa de meu Pai há muitas moradas.
Se assim não fosse, eu vos teria dito.
Vou preparar um lugar para vós,
e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar,
voltarei e vos levarei comigo,
a fim de que onde eu estiver estejais também vós.
E para onde eu vou, vós conheceis o caminho.'
Tomé disse a Jesus:
'Senhor, nós não sabemos para onde vais.
Como podemos conhecer o caminho?'
Jesus respondeu:
'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim.
Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.
E desde agora o conheceis e o vistes.'
Disse Felipe:
'Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!'
Jesus respondeu:
'Ha tanto tempo estou convosco,
e não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai.
Como é que tu dizes: `Mostra-nos o Pai'?
 Não acreditas que eu estou no Pai
e o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo,
não as digo por mim mesmo,
mas é o Pai, que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras.
Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim.
Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo,
quem acredita em mim fará as obras que eu faço,
e fará ainda maiores do que estas.
Pois eu vou para o Pai.
Palavra da Salvação. Glória a Vós Senhor.
14° DIA 
A Blasfêmia
"A minha alma glorifica ao Senhor!" (Lc 1,46). Quando a alma de Maria se abriu, nos doou um hino de glória e de amor que revela como Ela era cheia de Deus e seu perfeitíssimo "louvor e glória" (Ef 1,12). Ao oposto está uma outra alma: aquela do blasfemo. Também aqui a blasfêmia vem de dentro e revela a ausência de Deus na alma e a ofensa ao dever de cultivar a glória de Deus. A blasfêmia é um terrível pecado mortal, gravíssima injúria a Deus, a Maria, aos santos e a tudo o que é sagrado. S. Jerônimo chega a dizer que todo pecado é leve se comparado a blasfêmia. Certo que com a blasfêmia se revolta contra Deus, dá-se o escândalo, provoca-se a ira de Deus e a desgraça da perda da graça Divina (cf. Cl 3,). Pe. Pio definia a blasfêmia como a língua do diabo, e se afligia tanto em ouvi-la que assim escrevia ao seu diretor espiritual: "Quanto sofro ao ver que Jesus não é amado pelos homens, mas o que é pior, insultado e sobretudo, blasfemado horrendamente. Gostaria de morrer ou ao menos ficar surdo para não ouvir tantos insultos que os homens fazem a Deus!"Que delírio mental agarra os homens levando-os a blasfemar? A blasfêmia é uma heresia inspirada por Satanás e é uma coisa de loucos! Não se pode explicar diferentemente.

Melhor o martírio
Quantos mártires aceitaram o cruel martírio para não blasfemar? Que glória para a Fé Cristã! Quando S. Policarpo, nobre ancião, Bispo de Esmirna, foi levado ao suplício, ouviu o procônsul Romano dizer: "Maldiz teu Cristo e te livrarei!" Olhando para o Céu, respondeu: "São 80 anos que sirvo ao meu Senhor e em todo este tempo Ele não me faz mais que bem, e deveria eu agora blasfemar? Ele é o meu Deus, o meu Salvador, meu supremo Benfeitor." Aceitou com coragem a morte que foi esplêndida e em frente de todos. Quase o mesmo aconteceu com a ardente Virgem S. Apolônia. Já lhe tinham arrancado os dentes, depois queriam que pronunciasse blasfêmias e heresias, se não a jogariam em uma fogueira já pronta. A estas condições, a Santa se jogou, mas não pronunciou blasfêmias.

A obrigação de corrigir
S. Agostinho diz que os blasfemadores de Cristo não são menos culpados daqueles que na outra vez o crucificaram na Terra. Daqui a obrigação de repreender e corrigir quem tenha este maldito vício. Devemos suportar com paciência as injúrias que nos fazem, mas quando na nossa frente uma boca sacrílega vomita blasfêmias contra Deus, longe de sermos pacientes, devemos resistir ao pecador e condenar a blasfêmia, sem esconder nossa indignação. Pe. Pio foi perguntado se precisava repreender quem blasfemava: "É santíssimo e justíssimo", respondeu. Não se pode dispensar de um dever que todos devemos cultivar, porque a blasfêmia é um delito também social. S. João Crisóstomo escreve: "Pela blasfêmia vêm sobre a terra pestilências, carestias, terremotos, guerras". Pe Pio: "A blasfêmia atrai os castigos de Deus, as doenças, as desgraças, desventuras. Nos rouba o pão, limpa a cinza da lareira, faz perder graças importantes que estavam para chegar." Por isso ele era exigente e enérgico. Mandava embora os blasfemadores sem os absolver, investindo-os muitas vezes com palavras terríveis: "A blasfêmia é o diabo na tua língua! Atrai para ti o inferno!" A blasfêmia é um mistério de iniquidade.

Blasfemastes tua mãe?
S. Maximiliano passou por uma rua de Roma e ouviu um homem lançar uma terrível blasfêmia contra Nossa Senhora. Aproximou-se dele e lhe disse entre lágrimas: "Por que blasfemas Nossa Senhora? Blasfemarias contra tua mãe?" Àquelas lágrimas e palavras, o blasfemador arrependeu-se, pediu perdão e não mais o fez. Se amamos verdadeiramente Maria, façamos com que seja respeitada. É nossa Mãe. E quando não se pode ou não se consegue obter uma correção do blasfemador, precisamos ao menos fazer um pouco de reparação pelas blasfêmias. Alexandre Manzoni conta um pequeno episódio que lhe aconteceu em Milão. Uma noite de inverno, pelas ruas em neve, ouviu uma horrível blasfêmia da boca de um homem que limpava as ruas de neve. Muito triste, quis logo entrar em uma Igreja para reparar, rezando. E aqui viu outra cena inesperada e belíssima: Junto ao Sacrário, uma menina mandava beijos a Jesus com sua mãozinha. Olhando com ternura, Manzoni escondeu o rosto com as mãos para chorar. Na escola de S. Afonso aprendemos o dever da reparação, lembrando das Suas Visitas a Jesus Eucarístico e a Nossa Senhora, com aquelas lindas e significativas palavras: "Eu saúdo hoje o vosso Amantíssimo Coração para vos recompensar de todas as injúrias que recebestes." Com os santos aprendemos a reparar logo toda blasfêmia que ouvimos ao menos com qualquer jaculatória dita com amor. Peçamos a Nossa Senhora que encha a nossa alma da Graça de Deus.

Votos
- Recitar o Magnificat com amor.
- Oferecer o dia pelos blasfemadores.
-Reparar as blasfêmias corrigindo quem blasfema ou recitando muitas jaculatórias.

Meditação do livro "Um mês com Maria", do padre Stefano Maria Manelli, um franciscano da Imaculada, nascido em 1933.
Amados Leitores, no próximo dia 22, celebraremos Santa Rita de Cássia, a Santa dos casos impossíveis, hoje é o 2º dia da novena. Segue link: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/novena/reze-a-novena-a-santa-rita-de-cassia/

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