Todavia, em todos esses sofrimentos e lutas, eu não faltava a Santa
Comunhão. Quando achava que não devia comungar, procurava antes da Comunhão a
Mestra e dizia-lhe que não podia comungar, parecia-me que não deveria comungar.
Ela, no entanto, não permitia que eu deixasse à Santa Comunhão; comungava e vi
que somente a obediência me salvava.
Foi a própria Mestra que me disse mais tarde que essas minhas provações passaram depressa justamente porque a ¨Irmã foi obediente. É só pelo poder da
obediência a Irmã superou tudo isso com tanta coragem.¨ Na verdade foi o
próprio Senhor que me tirou desse tormento, mas a fidelidade à obediência Lhe
foi agradável. Embora sejam coisas pavorosas, nenhuma alma deve assustar-se
demasiadamente com elas, porque Deus não nos submete a provas que estejam acima
de nossas forças. [Diário de Santa Faustina nº 105]. Jesus eu confio em Vós!
20° DIA
A Confissão
O Sacramento da Confissão está todo na parábola do Filho Pródigo (Lc
15,11-24). O pecado, o arrependimento, o perdão: o homem peca, o pecador se
arrepende, Deus perdoa. São 3 realidades enlaçadas pela misericórdia de Deus. A
confissão é o remédio do pecado, é o conforto do pecador, é o abraço de Deus ao
filho que volta. Não tem sacramento mais humano, porque segue o homem e o
ampara nas fraquezas e misérias de cada dia, apresentando-lhe o paterno vulto
de Deus, que é feliz em perdoar os filhos, porque os quer salvar: "Não
quero a morte do pecador, mas que ele se converta de sua conduta e viva"
(Ez 33,11).
A quem perdoares...
O perdão dos pecados nos vem de Deus, mas só através dos seus ministros
sobre a Terra: os Sacerdotes. A eles Jesus deixou o seu mandato: "A quem
perdoardes os pecados, serão perdoados; e a quem não perdoardes os pecados, não
os serão". (Jo 20,33). Quantas vezes? Sempre que eles sejam dispostos.
Nenhum limite a misericórdia de Deus (cf. Mt 18,22). "A misericórdia
divina é tão grande que nenhuma palavra a pode exprimir e nenhum pensamento a
pode conceber" (S. João Crisóstomo). S. Isidoro afirmou que "não
existe delito tão grande que não possa ser perdoado na confissão". Seja
glorificado, Deus, em sua infinita misericórdia! O que dizer da alegria de
Maria quando nos aproximamos deste sacramento? Ela mesma, toda esplêndida de
candor e Graça, a Imaculada, não pode senão amar imensamente este Sacramento
que anula o pecado e faz brilhar as almas dos seus filhos. Certamente toda
confissão é uma Graça da Maternidade de Maria, que quer ver as almas dos seus
filhos semelhantes a Ela para a alegria de Jesus.
Minha Nossa Senhora, basta!
A Beata Ângela de Foligno, quando jovem, tinha se confessado mal, não
contou alguns pecados por vergonha. Arrastou-se assim por algum tempo, vivendo
entre cruéis remorsos, perturbações e infelicidades. Um dia, sacudiu-se:
jogou-se aos pés de uma imagem de Maria e lhe suplicou aos soluços: "Minha
Nossa Senhora, basta! Eu não quero mais viver assim! Hoje mesmo direi tudo ao
meu confessor". E teve a graça de fazê-lo. Era hora! Teve, depois, uma
vida de penitência tremenda que a ajudou potentemente a transformar-se ate o vértice
das mais altas experiências místicas. Nunca duvidemos e não hesitemos em
recorrer a Maria para obter a graça da Confissão. "A boa confissão é a
base da perfeição". (S. Vicente de Paulo) Da confissão se parte e se
reparte para as mais altas empresas do espírito e vice-versa. A diminuição e a
ausência de confissão fazem caminhar para trás através da estrada larga e
cômoda que leva à perdição. (cf. Mt 7,13).
Se te acusas, Deus te desculpa
Parece incrível, mas são muitos os cristãos que não apreciam e fogem do
Sacramento da Confissão. Só teriam a ganhar, mas ao invés, nem se dão conta
disso. Tão prontos para ir ao médico pelo menor mal-estar do corpo,
descuidam-se, porém, da saúde da própria alma como se fosse um pano de chão.
Talvez ignorem os grandes benefícios do sacramento, ou o consideram só no seu
aspecto mais penal: a acusação das próprias misérias. É necessário considerar
os grandes frutos positivos que a Confissão nos dá. Na vida de S. Antônio de
Pádua se conta que um dia um grande pecador foi confessar-se com o Santo,
depois de ter ouvido um sermão seu. O arrependimento do pecador era tão vivo
que lhe impediu de falar pelos contínuos soluços. S. Antonio então lhe disse:
"Vai, filho, escreve teus pecados e depois volta". O penitente foi,
escreveu os pecados em uma página, voltou ao Santo e leu a lista das culpas.
Qual não foi a surpresa, ao fim da leitura, deu-se conta que a página tinha
voltado a ser branca, sem um traço de escrita. Eis o símbolo da alma que volta
pura da confissão. Diz S. Agostinho: "Quando o homem descobre as suas
falhas, Deus as vigia; quando as esconde, Deus as descobre; quando as
reconhece, Deus as esquece." Ainda mais eficaz é S. Francisco de Assis com
esta breve frase: "Se tu te desculpas, Deus te acusa; se tu te acusas, Deus
te desculpa." Pelo resto, continua S. Agostinho: "é preferível
suportar uma ligeira confusão a um só homem que ver-se coberto de vergonha
junto a inumeráveis testemunhas, no dia do Juízo". Era isto que também Pe.
Pio dizia aos seus penitentes. E é assim.
Os três quadros
Por isto S. Carlos Borromeu, antes de confessar-se, parava para meditar
sobre 3 quadros que tinha mandado pôr na sua Capelinha. O 1º representava o
Inferno com os seus danados maltratados horrivelmente: isto servia para
inspirar salutar temor. O 2º representava o Paraíso com os Bem-aventurados
extasiados de alegria: isto lhe dava uma carga de empenho para evitar o pecado
e não perder o Paraíso. O 3º representava o Calvário com Jesus crucificado e
Nossa Senhora das Dores: isto lhe enchia o coração de dor vivíssima pelos
sofrimentos causados a Jesus e a Maria com os pecados, convidando-o ao mais
firme propósito de fidelidade e de amor. Confessar-se assim significa não só
purificar-se das culpas, mas enriquecer-se e crescer cada vez mais na vida da
graça. E pensar que S. Carlos Borromeu confessava-se todos os dias...
Confessar-se todas as semanas
Se cada confissão é um tesouro de graça porque lava a minha alma no
Sangue de Jesus, purificando-a "das obras de morte" (Hb 9,14) é claro
que precisamos aproveitar com grande interesse e frequência! Muitos
santos, é verdade, confessavam-se todos os dias: S.
Tomás de Aquino, S. Vicente Ferrer, S. Francisco de Sales, S. Pio X... Como era pontual à Confissão ao menos
semanal, para S. Maximiliano Maria Kolbe. Proponhamo-nos seriamente nós também
esta norma, respeitando-a fielmente: cada confissão é uma Graça de Maria, Mãe
de Misericórdia. E se Ela em Lourdes e em Fátima recomendou tanto a Penitência,
lembremo-nos que a maior e mais salutar penitência é aquela sacramental: a
Confissão frequente. Sobretudo, porém, devemos confessar-nos o mais depressa
quando cometermos pecado mortal. Não nos contentemos do Ato de Dor e nunca
fazer a Comunhão sem nos termos confessado, porque faríamos só um sacrilégio
horrendo: "se recebe a própria condenação", grita S. Paulo (I Cor
11,29). E seria mesmo uma loucura fazer um sacrilégio tendo à disposição o
Sacramento da Misericórdia. Maria nunca o permita.
Votos
- Propósito de se confessar, talvez mensalmente;
- Pedir perdão de todas as confissões mal feitas;
- Meditar a parábola do Filho pródigo (Lc 15,11-32).
Meditação do livro "Um mês com Maria", do padre Stefano Maria
Manelli, um franciscano da Imaculada, nascido em 1933.Amados Leitores, no próximo dia 22, celebraremos Santa Rita de Cássia, a Santa dos casos impossíveis, hoje é o 8º dia da novena e 2º dia do tríduo. Segue link: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/novena/reze-a-novena-a-santa-rita-de-cassia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário