Resumo do Catecismo sobre os votos religiosos
P. O que é o voto?
R. O voto é uma promessa voluntária, feita a Deus, de realizar a ação mais
perfeita.
P. O voto obriga em coisas ordenadas pelos mandamentos?
R. Sim. A realização da ação em coisas ordenadas pelos mandamentos é de dúplice
valor e mérito, enquanto sua negligência é uma dupla transgressão e maldade,
porque, quando se transgride o voto, se acrescenta então ao pecado contra o
mandamento ainda o pecado do sacrilégio.
P. Por que os votos religiosos têm valor tão elevado?
R. Porque constituem o fundamento da vida religiosa, aprovada pela Igreja, na
qual os membros, unidos numa sociedade religiosa, se comprometem a buscar
incessantemente a perfeição através dos três votos religiosos: da pobreza,
castidade e obediência, de acordo com as regras.
P. O que significa buscar a perfeição?
R.Buscar a perfeição significa que o estado religioso por si só não exige
perfeição já adquirida, mas obriga, sob pena de pecado, ao trabalho diário para
consegui-la. Portanto, o religioso que não queira aperfeiçoar-se negligencia a
principal obrigação do seu estado.
P. O que são votos religiosos solenes?
R. Os votos religiosos solenes são tão estritos que, apenas em casos
extraordinários, só o próprio Santo Padre pode dispensá-los.
P. O que são votos simples?
R. São votos menos rigorosos. Dos perpétuos e anuais dispensa a Santa Sé. [Diário de Santa Faustina nº 93]. Jesus eu confio em Vós!
SÃO FILIPE E SÃO TIAGO, APÓSTOLOS
Filipe, nascido em Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Batista e depois seguiu a Cristo. Tiago, primo do Senhor, filho de Alfeu, governou a Igreja de Jerusalém e escreveu uma Carta. Levou uma vida de muita austeridade e converteu muitos judeus à fé. Recebeu a coroa do martírio no ano 62.Oração: Ó Deus, vós nos alegrais cada ano com a festa dos apóstolos São Filipe e São Tiago. Concedei-nos, por suas preces, participar de tal modo da paixão e ressurreição do vosso Filho que vejamos eternamente a vossa face. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
3º DIA
O Tempo para salvar-me!
Na Terra Deus me dá o tempo para me salvar e me santificar. "Ele
nos quer todos salvos". (I Tim 2,4), quer a nossa "Santificação"
(I Ts 4,3) e nos dá a possibilidade através do arco de tempo estabelecido para
a nossa vida terrena. O arco do tempo pode ser mais ou menos longo. São
Domingos Sávio se santificou vivendo somente 15 anos. Santo Afonso Maria de
Ligório, vivendo 91 anos. A medida do tempo está nas mãos de Deus, "patrão
da vida e da morte" (Sb 16,13). Nós devemos só utilizar o nosso tempo
segundo a finalidade para a qual Deus nos criou, ou seja: "para
conhecê-Lo, amá-Lo e servi-Lo nesta vida e depois adorá-Lo no Paraíso",
segundo o catecismo de S. Pio X. Isto significa: "Operar o bem enquanto
tivermos tempo". Como recomendava S. Paulo (Gl 6,10). Tudo me deve servir
para conseguir o gozo eterno do Paraíso que consiste na visão beatífica de Deus.
Se assim não for, se trabalha inutilmente, perdendo incalculáveis méritos e
energias.
A um velho eremita, um dia, perguntaram a idade. "Tenho 50
anos", respondeu. "Não é possível! - respondeu o visitante - Tens,
certamente, mais de 70.". "É verdade - respondeu - A minha idade
seria 75, mas os primeiros 25 eu não conto, pois passei longe de Deus".
A que me serve?
São Bernardo dizia: "Todo o tempo que não usamos para Deus é
perdido". Por isso, São Luiz Gonzaga, como tantos outros santos, se propôs
de perguntar-se antes de cada ação: "A que me serve para a
eternidade?" E refletindo profundamente, compreendeu bem como valesse a
pena renunciar a posse de um principado e a um futuro de glórias terrenas para
se consagrar inteiramente a Jesus e a aquisição da Glória Eterna, consumindo-se
de amor por Deus e pelo próximo. Santo Afonso Maria de Ligório obrigou-se com
um voto especial: o de não perder um átimo de tempo! E o observava com um
heroísmo que comovia.
Quando escrevia por horas e horas aquelas páginas de doutrina e de
piedade que iluminavam tantas almas, se às vezes lhe doía a cabeça, apertava
com uma mão uma pedra sobre a testa e com a outra continuava a escrever. Se
quiséssemos examinar o uso do nosso tempo e a finalidade das nossas ações, não
é verdade que deveríamos pôr as mãos na cabeça? Quanto tempo perdido! Talvez
estejamos prontos para dizer de não ter tempo nem para qualquer minuto de manhã
e a noite, ou para dizer um Terço (15 minutos), ou para fazer uma boa obra... E
depois não nos damos conta de perder a cada dia horas de tempo livre vendo
televisão ou indo ao cinema, aos bares ou à rua, ou indo ao campo de futebol
entre cigarros, canções e conversas fiadas. Este é o uso do tempo livre de
muitos cristãos!
Colho o que semeio
O que dizer da finalidade sobrenatural que deveriam ter as nossas ações?
Agimos somente com finalidade de lucro. Se faz tudo por interesse. Se trabalha
só pelo dinheiro. E que prontidão súbita quando devemos nos queixar por
inconvenientes incômodos ou perdas! É tudo calculado. Tudo me deve dar o máximo
de rendimento e gozo com o mínimo esforço. Talvez no nosso comportamento não exista
nem um sopro de Amor a Deus, um aceno de intenção sobrenatural, um odor de
elevação à finalidade mais alta pela qual um cristão deveria agir. "Quer
comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo pela Glória de
Deus". (I Cor 10,31). Como faremos juntos de Deus? Se é verdade que um dia
prestaremos conta até de cada palavra ociosa (Mt 12,36) tanto mais prestaremos
conta de cada minuto perdido. Em um minuto de tempo se podem fazer diversos
atos de Amor a Deus. Assim faziam Santa Bertila Boscardin que passava pelos
quartos do Hospital recitando amorosamente o Rosário. Nós, ao invés, passamos
de ação em ação, de lugar em lugar só atentos ao nosso interesse. Mas não nos
iludamos: "aquilo que o homem semear, aquilo colherá!" (Gl 6,8). Se
enchermos o nosso tempo de ações feitas para Deus, colheremos um dia a visão
serena de Deus.
Um belo exemplo
Olhemos um modelo de Santo nosso contemporâneo: o Beato José Moscatti,
grande médico napolitano. Não viveu muito, mas encheu seu tempo de coisas
nobres e santas. Todos os dias ele começava sua jornada às 5 horas da manhã,
com duas horas de oração recolhida e intensa. Fazia sua meditação, participava
da Santa Missa, recebia a Santa Comunhão e fazia um longo agradecimento. Sem
estas 2 horas e sobretudo sem a Santa Comunhão, ele dizia não ter coragem de
entrar na sala médica para visitar os doentes. Logo depois das 2 horas de
oração, entrava nos becos de qualquer bairro da velha Nápolis, descia a
qualquer gueto ou subia em qualquer porão a visitar gratuitamente doentes em
condições penosas e miseráveis. Continuava a sua manhã com a escolha e com as
visitas médicas no Hospital. Antes de uma diagnose, nos momentos de
dificuldade, punha a mão no bolso, apertava o Rosário por um momento, rezava a
Nossa Senhora. Durante as visitas não era menos preocupado de recomendar aos
enfermos a cura da alma, dando conselhos e avisos concretos, como aqueles de
confessar-se e comungar. Ao meio dia, ao soar o sino do Ângelus, embora estando
em sala médica, recitava sem falta a Oração, convidando os presentes a rezarem
com ele. De tarde continuava as visitas médicas em casa até o pôr-do-sol.
Fechava seu dia com a visita ao Santíssimo Sacramento, com a recitação do Santo
Rosário e as orações noturnas. Morreu durante as suas visitas médicas, amando
os corpos e as almas dos enfermos. Eis um verdadeiro cristão que "operava
o bem enquanto tinha tempo". (Gl ,10).
Votos
Começar e terminar o dia com as orações de manhã e a noite;
Mortificar os olhos e a língua para não perder tempo em curiosidades e
conversas;
Rezar ao invés de falar futilidades e/ou inutilmente.
Meditação do livro "Um mês com Maria", do padre Stefano Maria
Manelli, um franciscano da Imaculada, nascido em 1933
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