Ainda quero mencionar que, embora a minha alma já estivesse sob os raios
do Seu amor, no meu corpo ficaram ainda por dois dias os vestígios do tormento
passado. O rosto mortalmente pálido e os olhos ensanguentados. Só Jesus sabe o
quanto tinha sofrido. Comparando com a realidade, aquilo que escrevi parece sem
expressão. Não sei expressá-lo, parece que voltei do outro mundo. Experimento
agora uma aversão a tudo que é criado. Aconchego-me ao Coração de Deus como uma
criança ao peito da mãe. Vejo tudo com outros olhos. Estou consciente de tudo
que Deus fez na minha alma com uma só palavra e por Ela vivo. Tremo só de me
lembrar dos tormentos passados. Não teria acreditado que se pode sofrer tanto
se eu mesma não tivesse passado por isso. É um sofrimento inteiramente
espiritual. [Diário de Santa Faustina nº 104]. Jesus eu confio em Vós!
19° DIA
O Vigário de Cristo
O primeiro filho de Maria, depois de Jesus, é o Papa. Ninguém pode tirar
ao Vigário de Cristo este primeiro lugar no Coração de Maria. Se nós quisermos
amar muito o Papa, devemos pedir esta Graça a Maria, porque quem o pode amar
como Ela? O Papa é nossa rocha, uma rocha evangélica, divina, criada pela
palavra Viva de Jesus, Verbo Encarnado: "Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja", (cf. Mt 16,18). Justamente S. Francisco de
Sales dizia que Jesus, a Igreja e o Papa são um só. É impossível dividi-los.
Eles são a pedra angular (cf. Lc 20,17) da humanidade, do mundo, do universo a
salvar. Por isso existe tanta superficialidade nas palavras de quem diz que
aceita Jesus Cristo e a Igreja, mas não o Papa. Quando Napoleão prendeu o Papa
Pio VII para decidir algumas questões sobre a Igreja, reuniu ele mesmo em
Paris, muitos Bispos - o da França e da Itália - e queria que deliberassem
sobre os pontos em questão. Mas os Bispos ficaram em absoluto silêncio.
Napoleão insistiu e fez fortes pressões. Nada. Então começou a perder a paciência
e a ameaçar. A esta altura, o mais ancião dos Bispos levantou-se e disse
calmamente: "Senhor, esperamos pelo Papa. A Igreja sem o Papa não é
Igreja".
Não se pode enganar
O Papa é o único mestre sobre a Terra que nunca se pode enganar no
ensinamento da fé e da moral. "A fé romana é inacessível ao erro".
(S. Jerônimo) E é por isso que S. Cipriano podia afirmar: "A Igreja de
Roma é raiz e mãe de todas as Igrejas". Somente quem está unido ao Papa
está certo de estar na verdade infalível daquilo que se deve crer e fazer para
se salvar. É o próprio Jesus que quer a infalibilidade de S. Pedro: "Rezei
para que não te falte a fé" (Lc 22,32). É Jesus mesmo que o quer como
nosso guia infalível: "Confirma os teus irmãos" (idem). Por isto o
Papa é o único mestre universal e que nunca perderá a fé. Aliás, é o único que
pode confirmar a fé dos cristãos, garantindo-a infalivelmente de todo erro
doutrinal e moral. Neste sentido, sobre a Terra, o Papa é o Supremo Teólogo,
Biblista, Moralista. Somente a sua palavra de mestre universal é garantida
divinamente por Jesus, "Caminho, Verdade e Vida" (Jo 14,6). Por isto
S. Tomás de Aquino, chamado "mestre do mundo", estava pronto em
renunciar a qualquer pensamento dos Grandes Santos Padres em frente ao pensamento
do Papa.
O fracasso do Inferno
Contra o Papado fracassaram não só todos os homens que quiserem lutar,
mas todo o Inferno. É sempre Jesus a garanti-lo: "As portas do Inferno
nunca prevalecerão" (Mt 16,18). E não só os inimigos não prevalecerão, mas
se destruirão sobre esta pedra angular, rocha contra a qual bate pedra e ruína.
"De fato, contra ela irão lutar aqueles que não quiserem acreditar no
Evangelho" (I Pd 2,7-8). Contra o Papa
se atirou o terrível Napoleão. O Papa lhe disse: "O Deus de outros
tempos ainda vive. Ele sempre destruiu os perseguidores da Igreja". Na
Ilha de S. Helena, Napoleão lembrava estas palavras e dizia a um amigo:
"Ah, Porque não posso gritar daqui àqueles que têm qualquer poder sobre a
Terra: respeitai o representante de Jesus Cristo. Não tocai no Papa, senão
sereis destruídos pela mão vingadora de Deus. Melhor, protegei a Cátedra de S.
Pedro."
Os falsos mestres
Escrevendo a Timóteo, S. Paulo ensinava esta importante verdade:
"quando não mais se suportar a doutrina sã, procuramos uma multidão de
mestres que consentem de secundar as próprias paixões e que falem de fantasias
ao invés de verdades" (II Tm 4,3-4). Basta ler certos livros considerados grandes e célebres para dar razão e S. Paulo de olhos fechados. São "uma multidão" e preparam um mercado enorme de
livros e revistas que são como comida podre, avariado ou suspeita. Pobres os
incautos que os compram! São os falsos mestres de quem falam os
terríveis S. Pedro e S. Paulo (II Pd 2, 2-11, I Tm , 3-7; 4, 1-11,; 6, 3-; II
Tm 3,1-7; 4,1-5). Estes falsos mestres são chamados pelo Papa Paulo VI
"teólogos de quarto" ou "auto-teólogos" e deles diz ainda:
"é necessário desconfiar, porque fazem naufrágio da fé" (cf I Tm
1,19).
Rezar pelo Papa
A pequena Jacinta, antes da morte, teve uma visão na qual se via o Papa
em meio a gravíssimos sofrimentos. A pequena vidente recomendou com todas as
suas forças, da parte de Maria, de rezar pelo Papa, de sofrer com ele e por
ele, do dever de pastorear o rebanho universal (cf. Jo 21, 15-17). Sabe-se que
sempre existiram almas generosas que ofereceram e dedicaram a vida pelo Papa.
S. Vicente Strambi, confessor do Papa Leão XII, ofereceu-se como vítima para
fazer viver longamente o Papa. E assim foi: O Papa viveu por outros cincos
anos, e o Santo morreu cinco dias após sua oferta. Guido Negri, corajoso
soldado, morreu acertado na fronte depois de ter oferecido sua vida pelo Papa.
Nós todos podemos demonstrar ao Papa o nosso filial apego, como o demonstra S.
Maximiliano Maria Kolbe, que considerava cada vez uma entusiasmante graça pode
ver o Papa, avizinhar-se, beijar-lhe a mão, como o demonstrava Pe. Pio, que
queria ter sempre a foto do Papa ao lado daquela de Maria. E pouco antes de
morrer, escreveu uma carta ao Papa para renovar-lhe a sua total dedicação.
Votos
- Oferecer o dia pelo Papa.
- Dizer um Rosário pelo Papa.
- Fazer uma mortificação pelo Papa.
Meditação do livro "Um mês com Maria", do padre Stefano Maria
Manelli, um franciscano da Imaculada, nascido em 1933.
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