L. Meditando sobre os mistérios centrais da fé, a paixão, a cruz e a ressurreição de Cristo, perceberemos que o dom sem medida da Redenção nos foi dado por iniciativa gratuita de Deus. Dar graças a Deus pelo mistério do seu amor crucificado; fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos: estes são elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma.
T. Eis o tempo de conversão/ Eis o dia da salvação/ Ao pai voltemos, juntos andemos./ Eis o tempo de conversão!
Silêncio (sentido da quaresma em nós)
A. A Quaresma nos chama a 'despertar-nos', a recordar-nos que somos criaturas, que não somos Deus.
L. "o apelo do profeta Joel: "Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes”, constitui um desafio para todos nós, sem exclusão, e nos recorda que a conversão não se traduz em formas exteriores ou em propósitos vagos, mas envolve e transforma toda a existência a partir do centro da pessoa, da consciência. Somos convidados a tomar um caminho no qual, desafiando a rotina, nos esforcemos para abrir os olhos e os ouvidos, mas, sobretudo, o coração, para irmos além do nosso quintal".
L. Somente quando as dificuldades e os sofrimentos dos nossos irmãos nos interpelam, somente então podemos iniciar o nosso caminho de conversão rumo à Páscoa. "É um itinerário que compreende a cruz e a renúncia. A liturgia deste tempo indica os elementos deste caminho espiritual: a oração, o jejum e a esmola Todos os três comportam a necessidade de não nos deixarmos dominar pelas coisas que parecem: o que conta não é a aparência; o valor da vida não depende da aprovação dos outros ou do sucesso, mas do que temos dentro."
L. "A oração é a força do cristão e de toda pessoa que crê. Na fraqueza e na fragilidade da nossa vida, podemos dirigir-nos a Deus com confiança de filhos e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos fazem mal e que nos poderiam endurecer o coração, somos chamados a mergulhar-nos no mar da oração, que é o mar do amor sem limites de Deus, para saborear a sua ternura. A Quaresma é tempo de oração, de uma oração mais intensa, capaz de assumir as necessidades dos irmãos, de interceder diante de Deus por tantas situações de pobreza e de sofrimento."
L. O segundo elemento qualificador do caminho quaresmal é o jejum. ... “O jejum tem sentido se verdadeiramente atinge a nossa segurança, e também se dele se obtém um benefício para os outros, se nos ajuda a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se curva diante do irmão em dificuldade e cuida dele. O jejum comporta a escolha de uma vida sóbria, que não desperdiça, que não 'descarta'. Jejuar ajuda-nos a treinar o coração à essencialidade e à partilha. É um sinal de tomada de consciência e de responsabilidade diante das injustiças, das arbitrariedades, especialmente em relação aos pobres e pequenos, e é sinal da confiança que recolocamos em Deus e em sua providência”.
L. O terceiro elemento é a esmola: ela indica a gratuidade, porque a esmola se dá a alguém de quem não se espera receber algo em troca. "A gratuidade deveria ser uma das características do cristão, que, consciente de ter recebido tudo de Deus gratuitamente, isto é, sem nenhum mérito, aprende a doar aos outros gratuitamente. Hoje comumente a gratuidade não faz parte da vida cotidiana, na qual tudo se vende e tudo se compra. Tudo é cálculo e medida. A esmola ajuda-nos a viver a gratuidade do dom, que é liberdade da obsessão da posse, do medo de perder aquilo que se tem, da tristeza de quem não quer partilhar com os outros o próprio bem-estar."
A. Com seus convites à conversão, a Quaresma vem providencialmente despertar-nos, despertar-nos do torpor, do risco de seguir adiante por inércia. "A exortação que o Senhor nos dirige por meio do profeta Joel é forte e clara: 'Retornai a mim de todo vosso coração'. Por que devemos voltar para Deus? Porque alguma coisa não está bem em nós, em nossa sociedade, na Igreja e precisamos mudar dar uma reviravolta, converter-nos!"
Silêncio (momento de examinarmos nossos compromissos quaresmais diante de Jesus sacramentado)
A. Não podemos nos esquecer, que no tempo quaresmal a CNBB nos apresenta um itinerário de conversão pessoal, comunitária e social, através da Campanha da Fraternidade. “Tráfico humano e fraternidade” é o tema da campanha deste ano, e o lema “É para liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1), vem nos sensibilizar e trazer a tona esta realidade tão aviltante da nossa sociedade. A liberdade nos foi doada na cruz de Cristo. Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da plenitude de sua vida.
L. Nos fala o Papa Francisco: “Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! Impõe-se um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais?… Quem usa e explora mesmo indiretamente, uma pessoa humana, torna-se cúmplice desta prepotência”.
Canto: É para a liberdade que Cristo nos libertou, / Jesus libertador! / É para a liberdade que Cristo nos libertou! (Gl 5,1)
1- Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados, / à semelhança e à sua imagem, os criou. (Cf. Gn 1,27) / Na cruz de Cristo, foram todos resgatados / pra liberdade é que Jesus nos libertou! (Gl 5,1)
2- Há tanta gente que, ao buscar nova alvorada, / sai pela estrada a procurar libertação; / mas como é triste ver, ao fim da caminhada, / que foi levada a trabalhar na escravidão!
3- E quantos chegam a perder a dignidade, / sua cidade, a família, o seu valor. / Falta justiça, falta mais fraternidade / pra libertá-los para a vida e para o amor!
4- Que abracemos a certeza da esperança, (Cf. Hb 6,11) / que já nos lança, nessa marcha em comunhão. / Pra novo céu e nova terra da aliança, (Cf. Ap 21,1) / De liberdade e vida plena para o irmão… (Cf. Jo 10,10)
fonte:https://imsagradafamilia.blogspot.com/2014/03/quaresma-2014-adoracao-ao-santissimo.html
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