quarta-feira, 11 de novembro de 2015

As alegrias e consolações do Purgatório - parte II.

  “Com a confiança de uma criança entrego-me hoje a Vós, Senhor Jesus e meu Mestre.” [Diário 228]. Jesus eu confio em Vós!

AS ALEGRIAS E CONSOLAÇÕES DO PURGATÓRIO
Quem pode entender e penetrar este mistério de dor e de alegria, que é o purgatório? Os Santos nos poderiam dar uma idéia do que sofrem e do que go­zam as almas do purgatório, quando Deus os faz ex­perimentar aqui neste mundo tanto martírio nas pro­vações daquelas noites de que nos fala São João da Cruz, nas quais o Senhor prova, aniquila os seus elei­tos na terra, e ao mesmo tempo os enche de uma paz inalterável e de consolações inefáveis em meio de tre­vas e de angústias. Mistério profundo, só os que experimentaram este doloroso e feliz estado de alma neste mundo podem dizer algo do que se passa no purgatório! Que alegria não experimenta o pobre náu­frago quando depois de se debater entre as ondas se vê de repente salvo e livre de todo perigo! É a felicidade, a alegria das santas almas quando, após esta vida e depois de haverem passado o tremendo Juízo, vêem que estão salvas da condenação eterna, embo­ra tenham de padecer muito naquelas chamas, naque­le martírio, por mais prolongado que seja. Estão sal­vas! Ó! Como cantam elas um hino de ação de graças à infinita misericórdia!

As consolações do purgatório

Recorramos ainda ao testemunho da teóloga do purgatório, como foi chamada Santa Catarina de Ge­nova. A doutrina desta Santa, ou melhor, as suas re­velações no Tratado do purgatório, escreveu o Car­deal Perraud, são de uma psicologia sobrenatural tão alta o tão forte, que unem as mais altas considerações da filosofia e da teologia, aos pensamentos mais próprios para fortificar e consolar os que choram os seus entes queridos. Eu não creio, escreve a Santa, que depois da soberana felicidade que gozam na gló­ria os Santos, haja uma felicidade igual à que go­zam as almas do purgatório. O que é notável é que esta felicidade vai crescendo cada vez mais à medida que desaparecem as manchas do pecado. E faz esta comparação: “Quando um corpo está escondido ao sol porque um outro corpo intercepta a luz solar, não pode receber a luz e permanece nas trevas. Todavia, si este corpo que impede a passagem dos raios sola­res for se consumindo e desaparecendo, o sol logo há de banhar de luz todo o corpo que estava antes nas trevas. Este corpo que impede a luz do sol é a man­cha do pecado, o resto que fica a pagar à divina Jus­tiça na outra vida e que impede a alma de receber a luz da glória, a Luz divina. As chamas do purga­tório vão destruindo este corpo que impede a luz até que desapareça e brilhe a Luz eterna. Assim a ale­gria das almas vai crescendo à medida que as man­chas que ficaram vão desaparecendo. E elas se sen­tem muito felizes em sofrer para se purificarem. Es­tas almas tem uma perfeita resignação à vontade de Deus. As almas do purgatório jamais haviam de que­rer a presença de Deus, quando ainda não purifica­das. Elas prefeririam sofrer dez purgatórios a se apresentarem manchadas diante do Senhor. Eis por­que se purificam e sofrem com alegria.

O Padre Faber diz com razão: “Se o sofrimento suportado com doçura e resignação é um espetáculo tão venerável na terra, que não há de ser naquela região da Igreja o purgatório? Ó, que pureza se encontra neste culto, na Liturgia do sofrimento santi­ficado! Ó mundo! lugar de tanto barulho, de tédio e de pecado, quem não desejaria escapar de tuas peri­gosas fatigas e de tua perigosa e triste peregrinação para voar alegremente para a mais humilde região, tão pura, tão santa e tão garantida, onde reinam o so­frimento e o amor sem mancha, o purgatório?”.

Apesar disto, não deixemos de temer o purga­tório e procuremos evitá-lo por uma boa penitência e por toda espécie de boas obras. Os sofrimentos não deixam de ser terríveis!

O Beato Henrique Suzo, abrasado no amor de Deus, começou a não temer o purgatório e a não dar importância aos seus sofrimentos e penas. Nosso Se­nhor lhe apareceu e admoestou, dizendo que isto lhe desagradava porque era não temer nem dar impor­tância aos juízos de Deus! Devemos não nos deses­perar nem aterrorizarmos nossa alma com o purgató­rio, mas havemos de imaginar que si há muitas con­solações, é terrível também este purgatório.
Fonte:http://padresanto.com.br

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