segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Práticas devotas pelas almas do purgatório

“Em tudo submeto-me a Deus com confiança inabalável.” [Diário 1400]. Jesus eu confio em Vós!


PRÁTICAS DEVOTAS

Há muitos meios de sufragar os mortos. Esco­lhamos a segunda feira, consagrada pela tradicional piedade do povo, a devoção do Purgatório.

Há o pie­doso costume de se fazer tudo quanto possível na segunda-feira pelas almas. Dar esmolas aos pobres, visitar os doentes, praticar algumas mortificações, etc.

Felizes se pudermos comungar, assistir a San­ta Missa nesse dia, enfim, fazermos por juntar mui­tos tesouros de sufrágios pelas almas.

Temos o Do­mingo, dia do Senhor, a terça, consagrada aos San­tos Anjos, a quarta a São José, a quinta ao Santíssi­mo Sacramento, a sexta ao Coração de Jesus e à Paixão, o sábado à Nossa Senhora. Seja a segunda-feira dos fiéis defuntos. Dia do nosso sufrágio, da nossa caridade para com as almas que padecem nas chamas expiadoras.

Em algumas Paróquias e comu­nidades religiosas há piedosos exercícios neste dia. Por que não havemos de concorrer para que sejam eles frequentados os estabelecidos onde não se fa­zem?

Muitas pessoas entre nós, têm um costume que às vezes toma um cunho supersticioso: o de acender velas em portas de Cemitérios e em cruzes da estra­da, ou pelos campos, pelas almas do Purgatório. Não poderia ser reprovado se não tivesse às vezes um cunho muito supersticioso.

Velas acesas sem ora­ções pouco adiantam para os mortos.

A vela é para lembrar Cristo, Luz do mundo, e sendo de cera, e ben­ta, é um sacramental.

Por que não acender então velas bentas?

E re­zar mais ao invés de queimar tanta vela, sem um sufrágio, sem uma prece pelos mortos?

Nosso povo tem uma grande devoção pela vela acesa.

Não a reprovamos, mas desejaríamos que hou­vesse mais compreensão da necessidade da oração pelos mortos.

A vela simboliza a Luz que os defun­tos esperam no Céu.

Diz tantas vezes a Liturgia: Que a luz perpétua resplandeça para eles. Talvez por esta súplica, repetida muitas vezes, este pedido de luz, é que o povo tomando num sentido muito mate­rial o belo simbolismo da vela, gosta de acendê-la em profusão. Não deixa de ser edificante e impressio­nante a multidão de velas acesas nas sepulturas de nossos mortos. Disse e repito: longe de repro­var tão piedosa prática, mas desejaria vê-la mais compreendida no seu simbolismo e preferiria ver ace­sas velas bentas nas sepulturas e nos Cemitérios.

Nosso povo tem muitas tradições de devoção às almas.

Havia pelos nossos sertões os grupos de suplicantes de orações pelas almas, que muitas ve­zes degeneraram em abusos. Estão abolindo um cos­tume piedoso e tocante. Quando morre alguém numa família, durante nove dias, a contar do dia da mor­te, todas as noites se reúnem os parentes e amigos do morto para a recitação do Terço ou da Novena das Almas em sufrágio do morto. Por que não conser­var esta bela tradição?

Enfim, já vimos e meditamos durante este mês quanto é necessária e útil a devoção às santas almas do Purgatório.

Façamos tudo por elas, pobrezinhas, que só tudo esperam de nós. Sejamos dedicados apóstolos do Purgatório!

Do Livro "Tenhamos compaixão das pobres almas" Mons. Ascânio Brandão

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